sexta-feira, 2 de julho de 2010

ZEN - gatinho para adoção


- Sexo: macho
- Cor: preto
- Olhos: verdes
- Pelagem: curta
- Nascimento aproximado: Setembro de 2006
- Resgatado em: Novembro de 2006



Sou todo pretinho e redondinho. Sou um gatinho que combina com tudo, um pretinho básico. Todo mundo precisa ter um pretinho básico!
Tenho 3 anos e 10 meses e vim da carrocinha um pouco medroso. Mas, depois de um tratamento super especial que recebi das tias da ONG, tô prontinho pra ser adotado e te fazer um humano beeeeem feliz!

Quer adotar o Zen? Preencha a ficha na página pessoal dele no site do http://adoteumgatinho.uol.com.br/perfil_gatinho.asp?idGatinho=175.
Não pode adotar o Zen, mas quer ajudá-lo? Apadrinhe-o!
PADRINHOS E MADRINHAS
Para ser madrinha ou padrinho é preciso:
1) Escolher o seu afilhado (tem fotos e descrições no site) e nos avisar o nome do sortudo
2) Fazer uma contribuição MENSAL para ajudar com ração e eventuais medicamentos.
O valor mínimo da doação mensal é de R$ 5,00.
Sustentar um gatinho custa em média R$ 50,00 (ração + areia + vacinas anuais).
Alguns gatinhos tem vários padrinhos porque cada pessoa doa um pouquinho. O excedente é usado para os gatinhos carentes do site, sem padrinhos.
POR FAVOR: SÓ APADRINHE SE PUDER CONTRIBUIR COM REGULARIDADE. É IMPORTANTE TER ESSE DINHEIRO GARANTIDO PARA NOS PLANEJARMOS.
Os gatinhos que podem ser apadrinhados são os que têm poucas ou nenhuma chance de adoção. Filhotes e gatinhos fáceis de doar são sustentados com outras doações.
CONTATO PARA APADRINHAMENTO: apadrinhamento@adoteumgatinho.org.br

terça-feira, 25 de maio de 2010

II Campanha do Agasalho do Adote um Gatinho




O inverno vem aí e, mais uma vez, os gatinhos e cachorrinhos carentes sofrem tanto nessa época.

Muitos dos animais que são resgatados e levados para abrigos ou lares temporários ainda sofrem muito até serem adotados. Os abrigos estão lotados, falta dinheiro para ração, limpeza, cuidados médicos e, frequentemente, esses animais dormem na terra batida ou no cimento gelado, somente com um jornal para aquecê-los.

É por isso a Campanha de Agasalhos para Cães e Gatos está de volta. Doe cobertozinhos, flanelas, caminhas, roupinhas, tapetinhos e qualquer coisa que você tenha em casa e que possa amenizar o frio dessa turminha. É certeza que todo mundo tem um paninho ou flanelinha sem uso em casa, que pode esquentar um peludinho!

Para doar é só ir a um dos muitos pontos de arrecadação que há na cidade de São Paulo e deixar sua doação na caixa de coleta. Entre no endereço da campanha para mais informações sobre quem será ajudado, para ver fotos do ano passado e checar os endereços para onde você pode levar sua doação.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A SINGULARIDADE DO SER

Tenho percebido a importância de encontrar a singularidade do indivíduo. A singularidade é o que permite ao indivíduo pensar por si só; tomar decisões pautadas no seu próprio ângulo de visão; agir segundo sua capacidade de percepção.
Perceber-se um indivíduo com singularidade é ter o direito à saúde mental; é ser capaz de se desenvolver como pessoa; desenvolver autonomia e senso crítico; é conferir a si o sentido de existência, do "estar no mundo".
A singularidade traz o poder da palavra, o poder de decisão e a responsabilidade pelas decisões tomadas, sem usar ninguém como bode expiatório pelo erros cometidos.
O senso crítico desenvolvido pela singularidade permite dizer "não" quando é preciso dizê-lo; é o direito de pensar e o direito de resposta sem que niguém responda por você.
DESCOBRIR-SE COMO PESSOA - PENSANTE
É descobrir a verdade no pensamento "Penso, logo existo".
Desejo de existir e direito de existir são conquistados com singularidade, que só pode ser conquistada quando se deseja ardentemente colorir a vida cinza com cores fortes. Cores que expressam vida, opinião, decisão e desenvolvimento pleno do existir para o mundo, existir para si, existir como pessoa. Pessoa que pensa e logo existe.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

DESVENTURAS DE UMA VIDA PSI

A coisa mais difícil na vida de um estudante de psicologia é descobrir o horror: A VERDADE!!!

Se conhecer é legal, é lindo mesmo..... Mas estou falando se CONHECEEEEEEEEEEEERRRRRRR, colocar o dedo na ferida e cutucar, arrancar o tumor com a mão.... Já pensou na dor????

Pois é, eu descobri.... Driblei minha resistência e meus sofisticados mecanismos de defesa e fiz o que qualquer maluco-beleza devia fazer.... Descobrir que aquilo que você tenta afastar a todo custo e jura que odeia e morreria sem - é justamente sua pedrinha no sapato....

Todos nós – humanos egoístas (quase) incorrigíveis – temos monstros que arrastam correntes no porão do nosso inconsciente. É aquela porta que você nunca abre, é o lugar mais empoeirado da casa. É daquela porta que você ouve urros e uivos estranhos, mas não se atreve a descer até lá para ver o que é, e resolve fingir que não ouviu e servir mais chá para os visitantes que esperam na sua sala.

Depois de mais ou menos sete sessões de terapia eu chorei..... Me desnudei emocionalmente na terapia quando vomitei as palavras que nunca pensei que diria. Meu monstro do porão estava lá, do meu lado no sofá, me encarando. Claro que com as palavras veio o choro. Choro de uma carência de 24 anos de idade, choro de uma criança querendo amor e reconhecimento. Descobri porque faço coisas que odeio desde quando me conheço por gente, e aquilo que quero fazer – isso não faço.

Toda minha sujeira ali exposta no tapete. Eu quis durante 24 anos não me responsabilizar ou talvez me responsabilizar só 30%, mas agora eu trouxe o problema do porão para a claridade da consciência e agora.... eu tenho que lidar com ele.

Sinceramente, não sei como vai ser daqui pra frente. Afinal, eu tirei a corrente do pé do monstro e agora ele tá na minha sala.

Eu havia levado para a terapia apenas hipóteses para o problema e meu choro compulsivo foi a comprovação dessas hipóteses. Descobri o porquê dos meus traços histéricos, obsessivo, compulsivo – característicos da minha personalidade (que não quer dizer que eu seja uma histérica ou uma pessoa com transtorno obsessivo-compulsivo – TOC). Descobri também minha relação com a comida – passei anos pensando nisso e teorizando sobre o problema!!!
Só me resta saber o que vou fazer com toda essa sujeira na minha sala – eu não posso guardá-la novamente....hahahahahahahahaha.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O NEVOEIRO DO CORAÇÃO PARTIDO

A tristeza está sempre presente no ser humano. Quando não é a tristeza, é no mínimo, a insatisfação. Quem tem carro, quer trocar de modelo; quem não tem casa, quer uma; quem já tem, quer outra; quem tem cabelo liso, quer cabelo cacheado; quem tem cacheado, quer cabelo liso. Nada nunca tá bom, estamos sempre preocupados com algo, ou alguém, sempre buscando mais, querendo mais. A busca é sempre bom, pois mostra que o ser está vivo, e que pode crescer, melhorar, se re-inventar, conhecer-se. O único problema disso é querer o que é humanamente impossível. Peixe não pode ser elefante e galinha não pode ser bicho-preguiça.... Não orna!!!
Bom, confesso que volta e meia eu quero coisas que são humanamente impossíveis e isso me desgasta muito, e quando não é humanamente impossível (mas não posso realizar meu desejo no momento que quero), eu simplesmente sofro como se o mundo tivesse acabado e eu fosse a única sobrevivente. Praticamente uma criança mimada e exagerada! E esse desespero todo pode ser observado no último post. Mas, graças a Deus, me resta um pingo de sanidade mental e recursos internos para perceber que ninguém tem tudo que quer na vida, e como já dizia meu professor de psicanálise: "Ninguém tem tudo que quer, na hora que quer e do jeito que quer". Ainda bem! Já pensou se minha mãe atendesse aos meus pedidos infantis de comer todo miojo e chocolate existentes no mundo todo?
Estava lendo um texto muito interessante - de um dos meus autores favoritos, e me identifiquei com essa minha fase tristonha e mimada e satisfatoriamente reversível. Gostaria de postar aqui o texto do Max Lucado - que tem o dom de tocar o íntimo do ser humano e tirar a venda dos nossos olhos, quando nós mesmos não somos capazes de fazê-lo.
O NEVOEIRO DO CORAÇÃO PARTIDO
Max Lucado

É um nevoeiro escuro que aprisiona furtivamente a alma e se recusa a ir embora. É uma neblina silenciosa que esconde o sol e chama as trevas. É uma nuvem pesada que não honra qualquer hora, nem respeita quem quer que seja. Depressão, desânimo, desapontamento, dúvida... todos são companheiros desta presença temida.

O nevoeiro do coração partido desorienta a nossa vida. Ele torna difícil ver o caminho. Abaixe as suas luzes! Limpe o pára-brisa! Ande mais devagar! Faça o que quiser, nada ajuda. Quando este nevoeiro nos rodeia, nossa visão fica bloqueada e o amanhã está para sempre distante. Quando esta escuridão ondulada nos envolve, as palavras mais sinceras de ajuda e esperança não passam de frases vazias.

Se você já foi traído por um amigo, sabe o que estou dizendo. Se já foi abandonado por um cônjuge ou um pai, já viu esse nevoeiro. Se já colocou uma pá de terra sobre o caixão de um ente querido ou ficou vigiando junto ao leito de alguém que ama, você reconhece também esta nuvem.
Se já esteve neste nevoeiro, ou está nele agora, pode estar certo de uma coisa — não se encontra sozinho. Até o mais esperto dos capitães da marinha já perdeu o rumo ao aparecer essa nuvem indesejada.

Faça um retrospecto dos últimos dois ou três meses. Quantos corações partidos encontrou? Quantos espíritos feridos teve ocasião de observar? Quantas histórias de tragédias chegou a ler?
A lista pode ser indefinida. Tragédias nebulosas. Como cegam nossa visão e destroem os nossos sonhos! Esqueça todas as grandes esperanças de alcançar o mundo. Esqueça todos os planos de mudar a sociedade. Esqueça todas as aspirações de mover montanhas. Esqueça tudo isso. Só me ajude a atravessar a noite.

O sofrimento do coração partido
Aquela que foi talvez a noite mais enevoada da história. Um bosque de oliveiras retorcidas. O chão coberto de pedras grandes. Uma noite escura, muito escura.
Veja agora o quadro. Olhe atentamente através da folhagem sombria. Vê aquela pessoa?
Vê aquela figura solitária? O que ele está fazendo? Deitado no chão. O rosto manchado de terra e lágrimas. Os punhos batendo no solo. O cabelo emaranhado por causa do suor salgado. Será sangue aquilo em sua testa?
Esse é Jesus. Jesus no Jardim do Getsêmani.
Você talvez tenha visto o retrato clássico de Cristo no jardim. Um alvo manto. Mãos pacificamente unidas em oração. Um olhar sereno em seu rosto. Um halo sobre a sua cabeça. Um raio de luz do céu, iluminando seu cabelo castanho dourado.
Quem pintou esse quadro não usou o evangelho de Marcos como modelo. Veja o que Marcos escreveu sobre aquela noite penosa:

"Então, foram a um lugar chamado Getsêmani. Ali chegando, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar. E, levando consigo a Pedro, Tiago e João, começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia. E lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai.
E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres.
Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
Retirando-se de novo, orou repetindo as mesmas palavras. Voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os seus olhos estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder.
E veio pela terceira vez e disse-lhes: Ainda dormis e repousais! Basta! Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima."
[Marcos 14:32-42]

Observe estas frases: “Começou a sentir-se tomado de pavor e de angústia.” “Minha alma está profundamente triste.” “E, adiantando-se um pouco, prostrou-se em terra.”
Este parece um quadro de um Jesus Santo, repousando na palma de Deus? De modo algum!!! Vemos um Jesus agonizante, lutando e se esforçando. Vemos um homem enfrentando o medo, em luta com os compromissos e ansiando por alívio.
Vemos Jesus no nevoeiro de um coração partido.

A PRÓXIMA VEZ QUE O NEVOEIRO O ENVOLVER, VOCÊ FARIA BEM EM LEMBRAR-SE DE JESUS NO JARDIM. A PRÓXIMA VEZ EM QUE PENSAR QUE NINGUÉM COMPREENDE E A AUTO-PIEDADE O CONVENCER DE QUE NINGUÉM SE IMPORTA, VÁ VISITAR O GETSÊMANI E DA PRÓXIMA VEZ EM QUE FICAR IMAGINANDO SE DEUS REALMENTE PERCEBE A DOR QUE PREVALECE NESTE POEIRENTO PLANETA, OUÇA-O SUPLICANDO ENTRE AS ÁRVORES RETORCIDAS.

Este é o ponto. Ver Deus desse modo faz maravilhas em relação ao nosso próprio sofrimento. Deus jamais foi tão humano quanto nessa hora. Deus jamais esteve mais próximo de nós do que quando sofreu.
Como resultado, o tempo passado no nevoeiro da dor poderia ser o maior dom de Deus. Poderia ser a hora em que finalmente vemos nosso Criador. E verdade que no sofrimento Deus se assemelha mais ao homem; talvez em nosso sofrimento possamos ver a Deus como nunca antes.

A PRÓXIMA VEZ EM QUE VOCÊ SOFRER, OBSERVE. TALVEZ ESSE SEJA O PONTO MAIS PRÓXIMO EM QUE VAI ESTAR DE DEUS. PRESTE MUITA ATENÇÃO. PODE MUITO BEM SER QUE A MÃO QUE SE ESTENDE PARA GUIÁ-LO PARA FORA DO NEVOEIRO ESTEJA TRASPASSADA.
Para ler mais mensagens de Max Lucado visite o site http://www.iluminalma.com/

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

LUTO...



QUEM MORREU??? Eu morri!!!

Morri um pouco hoje e meu ser chora.

Chora sem parar.

Será uma noite longa.

Fiz tantos planos.....

Quantas novidades eu tive na semana passada.

Desenhei cada desejo com uma linha cor de amor.

Mas hoje..... A linha perdeu a cor!

Oh! Tristeza que invade, sem perguntar se é bem-vinda.

Estou sentada e de mãos atadas....

Olho para o chão, quantas idéias amadas, planos de vida perfeitos.... escorrendo ralo à baixo...

Como num casamento, convidados à postos, buffet lindamente preparado, mas....

A espera se prolonga...

Quanta angústia!

E quando se vê.... a estátua de gelo com a fisionomia dos noivos começa a derreter.

Não a nada que se possa fazer.

O ralo aberto engole minha vida.......

O trabalho novo terá que esperar, a casa nova terá que esperar, meus cursos novos terão que esperar, minha viagem para ver o azul do mar terá que esperar, minhas sapatilhas de ballet terão que esperar.....

Eu terei que esperar!

E vou esperar, esperar o dia clarear....

Clarear minha mente e me dizer o que eu faço.

Oh! Deus.... Quando o Senhor trouxer a luz da manhã, traga uma solução, ao menos um caminho... Se é direita, se é esquerda

Ao menos me diga o que fazer....

Mas só quando o dia amanhecer....

Porque hoje eu vou tentar, vou tentar pegar meus caquinhos espalhados pelo chão.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

PERFEIÇÃO X SAÚDE MENTAL


Roberto Shinyashiki

Entrevista concedida à revista "Isto É", por Camilo Vannuchi.

Pergunta - Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura! Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena, porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.

Pergunta - O Sr. citaria exemplos?
Roberto Shinyashiki - Dona Zilda Arns, que não vai a determinados programas de tevê nem aparece de Cartier, mas está salvando milhões de pessoas. Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai - órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.

Pergunta - Qual o resultado disso?
Shinyashiki - Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.

Pergunta - Por quê?
Shinyashiki - O mundo corporativo virou um mundo de "faz-de-conta", a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.

Pergunta - Há um script estabelecido?
Shinyashiki - Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa "O aprendiz"?: "Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal - "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir." Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?

Pergunta - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Shinyashiki - Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.

Pergunta - Está sobrando auto-estima?
Shinyashiki - Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o "ter" conseguia substituir o "ser". O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem "ser" nem "ter", o objetivo de vida se tornou "parecer". As pessoas "parecem" que sabem, "parece" que fazem, "parece" que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.

Pergunta - Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Shinyashiki - Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis.
Quem vai salvar o Brasil? O Lula.
Quem vai salvar o time? O técnico.
Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.
O problema é que eles não vão salvar nada!
Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham." Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem que parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.

Pergunta - O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Shinyashiki - Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte, porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.

Pergunta - É comum colocar a culpa nos outros?
Shinyashiki - Sim. Há uma tendência a reclamar, dar desculpas e acusar alguém. Eu vejo as pessoas escondendo suas humanidades. Todas as empresas definem uma meta de crescimento no começo do ano. O presidente estabelece que a meta é crescer 15%, mas, se perguntar a ele em que está baseada essa expectativa, ele não vai saber responder. Ele estabelece um valor aleatoriamente, os diretores fingem que é factível e os vendedores já partem do princípio de que a meta não será cumprida e passam a buscar explicações para, no final do ano, justificar. A maioria das metas estabelecidas no Brasil não leva em conta a evolução do setor. É uma chutação total.

Pergunta - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Shinyashiki - Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que OU eu a amo do jeito que ela é OU vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.

Pergunta - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Shinyashiki - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.
Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B.B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.

Pergunta - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo.
São quatro loucuras da sociedade.
A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais.
A segunda loucura é: "Você tem de estar feliz todos os dias."
A terceira é: "Você tem que comprar tudo o que puder."
O resultado é esse consumismo absurdo.
Por fim, a quarta loucura: "Você tem de fazer as coisas do jeito certo." Jeito certo não existe! Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você precisa ser feliz tomando sorvete, levando os filhos para brincar. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero ser feliz." Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de pequenas coisas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis.

CONHEÇA UM POUCO DE ROBERTO SHINYASHIKI - É médico-psiquiatra. Observador e conhecedor da alma humana, ele tem a capacidade de entender a realidade e as necessidades dos indivíduos. É um entusiasta da capacidade do ser humano em realizar seus sonhos e ser feliz, procurando estimular a reflexão sobre a busca do sucesso e do equilíbrio pessoal.
Roberto Shinyashiki é referência em temas como carreira, felicidade e sucesso. Cansado dos jogos de aparência que tomaram conta das corporações e das famílias e farto de semideuses, Roberto Shinyashiki faz soar seu alerta por uma mudança de atitude. "O mundo precisa de pessoas mais simples e verdadeiras".

Site de Roberto Shinyashiki - www.shinyashiki.com.br

sábado, 11 de outubro de 2008

ÀS VEZES UM GRITO..... ÀS VEZES UM SUSSURRO


Era fácil ignorar David. Ele se assegurava disso.
Quando você é mais baixo, mais magro, mais quieto – simplesmente menor – do que qualquer outra pessoa com a sua idade, “ficar na sua” não é apenas uma frase. É um fato da vida! E também era, até onde David sabia, uma idéia muito boa.
A verdade é essa: David era tímido. Realmente tímido. Muito, muito tímido. Comparado a David, um camundongo era tão ousado como um leão. Comparado a David, um canário era tão vistoso como um pavão. Comparado a David...
Não que alguém já tenha comparado qualquer coisa a David. Antes de comparar, você primeiro precisa perceber. E na época em que David chegou à oitava série sua rotina de homem invisível era quase perfeita. O que lhe era completamente adequado. Mais ou menos. Na maioria do tempo.
É claro que nem todo mundo o ignorava. Emma Johnson sempre tinha um sorriso doce e um amigável “Oi, David!” para ele. David simplesmente corava. E Zack Porter foi realmente gentil quando esbarrou em David no saguão cheio de gente pouco antes do sinal tocar.

– Desculpe cara. Não te vi. Você está bem? – ele salvou os óculos de David dos pés que quase o esmagaram e ato o ajudou a pegar os dez (dez!!!) livros caídos no chão. – Uau, você deve mesmo gostar de ler.
– Hmmm... sim... eu gosto – balbuciou David. O que era para ele uma grande declaração.

David não apenas gostava de ler... ele adorava ler. Na verdade, David não apenas lia... ele devorava os livros. Pulava dentro das histórias. Se envolvia em cada uma delas. Você poderia dizer que David vivia sua vida em livros. Nos livros, ele não era o tímido, o quieto e pequeno David – que jamais tinha a menor idéia sobre o que dizer ou fazer perto de seus colegas maiores, mais rápidos e barulhentos. Nos livros, David atravessava galáxias, enfrentava dragões, escalava montanhas, resolvia as situações e sempre – sempre – dizia precisamente as coisas certas. Nos livros, David era um herói!
É claro, não havia o menor sinal de nada daquilo em seu exterior. Num primeiro olhar, você poderia achar que sabia tudo o que havia para se saber sobre David. E o próprio David seria a última pessoa a pensar que poderia ser um herói na “vida real”. Mas aquilo estava prestes a mudar...
David não tinha idéia de que o Sr. Hamilton (e certamente também Deus!) tinha algo especial em mente para ele no momento em que estava deixando a aula de inglês naquela quinta-feira.

– Espere um minuto, David – chamou o Sr. Hamilton. – Preciso de ajuda num projeto que é bem a sua praia.
Minha praia!? – David não sabia nem ao menos que tinha uma praia.
– É – veio a resposta carinhosa. (O Sr. Hamilton era uma das poucas pessoas que não apenas percebiam David, mas que realmente enxergavam o quanto ele tinha a oferecer.) – Você tem uma imaginação maravilhosa, David, e um talento real para palavras. Eu não conheço ninguém que aprecie o poder dos livros mais do que você. Que tal compartilhar um pouco desses dons?
– Compartilhar? O quê... com quem...?! – David não tinha idéia sobre o que o Sr. Hamilton estava falando.
– Eis o que estamos planejando David. Estamos tentando dar início a um programa de monitoria de leitura para alguns garotos mais novos que precisam de uma ajuda. Garotos sem muita esperança em suas vidas. Você sabia que existem estudantes da terceira e quarta séries que mal podem ler?! Cada palavra, a cada dia na escola, é uma luta. E todos os dias eles ficam um pouco mais para trás. Pense só no que isso deve significar.

Boa como era sua imaginação, David mal podia imaginar tal situação. Ir à aula todos os dias e abrir um livro que não fazia sentido? Lutar com cada palavra? Não ter idéia do que estava na página 38 – isso sem falar em escrever um trabalho sobre o livro!
“Ora, desse jeito você nunca iria adiante. Muito menos entenderia a matéria. Então você provavelmente iria... desistir!”, ocorreu-lhe por um instante. David tinha de admitir: seria terrível. Mas ele não conseguia enxergar o que aquilo tinha a ver com ele. Mas o Sr. Hamilton conseguia.

– É isso que nós pensamos... Convidar garotos maiores que pudessem ajudar os menores a desenvolver sua leitura. – Maiores? Os lábios de David se apertaram. – Jovens com quem eles pudessem contar – David quase sorriu. – Alguém para encorajá-los, alguém para compreender a magia das palavras. Alguém como... você.

++++
Dois meses depois, David ainda não estava muito certo sobre como ele acabou – a cada quarta-feira, depois das aulas – naquela sala, sentado junto a Jason, com um livro. Ele tinha certeza de que não havia dito exatamente um “sim” ao Sr. Hamilton. Por outro lado, um “não” sussurrado é bem fácil de ser ignorado.
Na verdade, não era tão ruim assim – embora as primeiras vezes tivessem sido bastante complicadas. E o seu “garoto menor” não era tão menor assim. O garoto Jason, de 9 anos de idade, era pelo menos dois centímetros mais alto que David. E, cara, que boca tinha ele. Jason tinha uma opinião sobre tudo! E ele não estava tão empolgado assim de estar ali.
– Que benefícios a leitura pode me trazer, de qualquer modo? Mas David tinha uma resposta para essa pergunta.
– Depende de até onde você quer chegar.
– O que isso significa, “até onde eu quero chegar”? – Jason revidou.
– Bem – disse David – você já foi a Marte?
– Marte?! – se espantou Jason. – Cara, eu nunca saí do meu bairro!
– Um livro pode levar você até lá – assegurou David. – Ou ao topo do monte Everest. Ou ao fundo do oceano...
– É...? – Jason parecia um pouco interessado.
– Num segundo – disse David, sorrindo. – É claro que, primeiro, você precisa ser capaz de ler a história.
Jason refletiu sobre aquilo durante um instante. Depois perguntou:
– E quanto ao hóquei?
– Hóquei? – David não era exatamente um grande fã dos esportes.
– Sim! Existe um livro sobre hóquei? Algo que fale sobre Wayne Gretzky? Cara, ele é demais!
– Ahn... – disse David – tenho certeza de que existe. Tem que existir. Semana que vem começamos – prometeu.

E com certeza havia um livro sobre hóquei que citava aquele jogador. E era um grande sucesso, o que definitivamente parecia atrair Jason para a diversão de ler. E assim foi. A cada vez que Jason ficava desencorajado – o que não era raro – David encontrava um modo novo (e as palavras corretas) para fazê-lo prosseguir. Não que fosse fácil. Mas David sabia que tinha algo de que Jason precisava, e se fosse preciso falar para isso... ele falaria!

O melhor de tudo foi o dia em que David perguntou:
– Se você pudesse ser qualquer coisa no mundo, o que você seria?
Jason tremeu. E então sorriu.
– Você quer dizer algo como um astronauta ou um... um médico?! Cara, você deve estar doido! Eu nunca poderia ser algo assim.
– Por que não? – perguntou David, perfeitamente sério. – Quem, além de você mesmo, diz que você não pode?
Jason ainda estava rindo.
– Onde eu conseguiria o dinheiro para algo desse tipo? Você precisa ser realmente inteligente... – ele balançou a cabeça. – Existem todos os tipos de obs-tá-cu-los (uma nova palavra que ele acabara de aprender).
– Bem – disse David – o que Wayne Gretzky faz quando alguém atravessa o seu caminho?
Jason ficou olhando para David por um longo tempo. Então, por um momento, ele parecia olhar através de David, com uma expressão muito estranha em seu rosto. Como se alguém tivesse aberto uma porta que ele não sabia que estava lá – e tivesse visto algo maravilhoso.
Então Jason começou a sorrir – e agarrou o livro contra o qual estivera lutando.
– Bem... o que estamos esperando? Temos muito trabalho a fazer...

++++

David entrou na sala e sentou-se em seu lugar, sorrindo para si mesmo, sem escutar realmente a barulhenta discussão que acontecia ao seu redor. Ele ainda conseguia ver o orgulho nos olhos de Jason no dia anterior, quando o garoto mostrou ao seu mentor um teste que havia feito. E com uma nota excelente, um grande 8! (Jason nunca havia tirado uma nota tão boa). Fantástico! O olhar em seu rosto fez David se sentir dez metros mais alto. Bem... quase.
Então Emma levantou-se e David começou a prestar atenção.

– Vamos pessoal – disse ela – Nós podemos fazer melhor do que isso. Será que ninguém tem realmente nenhuma idéia incrível para o nosso projeto?
David não tinha absolutamente nenhuma idéia de como ficou de pé.
– Ahn... – disse.
Tudo parou. Todas as cabeças se voltaram. David? David tinha algo a dizer?!


David quase voltou a se sentar. “Não! Não desta vez. Isso é muito importante. Precisamos de mais voluntários!”, pensou.

– Ahn... – David limpou a garganta. – Tenho uma idéia! – sua voz tremeu apenas um pouco. – Uma idéia... – ele limpou a garganta de novo. – Deixem-me contar a vocês sobre Jason...

Dava para escutar um alfinete cair no chão enquanto David – o tímido e quieto David – contava a sua história.
Então todo mundo começou a falar ao mesmo tempo. Eles adoraram a idéia! E estavam sorrindo... para ele.

– É uma idéia maravilhosa, David! – Disse Emma, enquanto cada garoto na sala pensava em “Jasons” para eles.
– Uau! – exclamou um muito impressionado Zack – quem teria imaginado?!



Deus fala a cada um de nós na língua que precisamos ouvir.
Para David, foram os livros em que ele se escondia que Deus usou para lançá-lo ao mundo real; e para mostrar a ele que tinha algo especial a fazer ali também.
Para Jason, foi a leitura contra a qual ele vinha lutando que Deus usou para lhe dar a chave de um futuro que ele jamais tinha imaginado.
E os garotos na sala de David? Bem,
pode ser que Deus estava usando David para recordar-lhes de que coisas, e pessoas, podem não ser tão comuns como parecem – num primeiro olhar.
Ou, como Zack (que adorava clichês) colocou:
– Você certamente não pode julgar um livro por sua capa! Deus fala a cada um de nós exatamente do modo que melhor nos alcançará. Ele tem um plano especial para todos nós – para nossos
dons – e fala sobre isso de diversas maneiras.
Às vezes Ele grita..... às vezes Ele sussurra.

Conto baseado no livro de Max Lucado - "Ele Escolheu Você"

terça-feira, 26 de agosto de 2008

NO MUITO FALAR


O dia está ruim e eu não consigo....
Quando o mar não tá pra peixe....
Eu só caço migalha.
Quando eu acordo e percebo que do lado da minha cama, o meu vocabulário não está mais....
Eu não abro a minha boca!
Não me atrevo!
Mas aí sou apontada.
- Você nunca fala nada.
Mas eu penso.
E quero dizer que roubaram meu vocabulário que estava do lado da minha cama.
Mas minha mente fala tanto.
Até me canso.
Gira, corre, voa.
Que velocidade.
Ah, achei um jeito.
Escrever.
Agora reclamam.
- Você fala demais!
- É que antes ela não tinha nada pra dizer!
Oras bolas, quem não tinha nada pra dizer eram vocês. Enquanto se perdiam por aí, largavam seus pedaços pra qualquer um pegar...
Eu me desenhava, me encontrava.
Pensem... e não precisam me responder...
“Quem” são vocês? “O quê” são vocês?
Enquanto jogavam pérolas aos porcos e discursavam para o vento,
Eu construí uma casa na montanha.
Ei, olhem pra cima....
Espere, vou descer pra falar com vocês,
Porque aqui vocês não conseguem subir.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O MOVIMENTO CONTINUA

A crença do filósofo francês Voltaire: A Bíblia e o Cristianismo acabariam dentro de cem anos. Ele morreu em 1778. O movimento continua.

O pronunciamento de Friedrich Nietzsche em 1882: “Deus está morto”. A expansão da ciência, ele acreditava, seria o fim da fé. A ciência expandiu-se; o movimento continua.

O modo como um dicionário comunista definiu a Bíblia: “É uma coleção de lendas fantásticas sem qualquer apoio científico”. O comunismo está desaparecendo; o movimento continua.

A descoberta feita por cada pessoa que tentou enterrar a fé: A mesma feita por aqueles que tentaram enterrar seu Fundador: Ele não permaneceu no túmulo.

Os fatos: O movimento nunca foi mais forte. É incontável o número de cristãos.

A pergunta: Como se explica isso? Jesus era um camponês. Ele nunca escreveu um livro, nunca gerenciou um escritório. Ele nunca viajou a mais do que trezentos e vinte quilômetros de sua cidade natal. Os amigos o abandonaram. Um o traiu. Aquele que ajudou se esqueceram dEle. Antes de sua morte eles o abandonaram. Mas depois de sua morte não conseguiram resistir a Ele. O que fez a diferença?

A resposta: Sua morte e ressurreição. Porque quando morreu, também morreu o seu pecado. E quando Ele ressuscitou, também ressuscitou a sua esperança. Pois quando Ele levantou dos mortos, seu túmulo, de uma residência final, foi transformado em uma pousada temporária.

A razão por que Ele fez isto: O rosto que você vê no espelho.

O veredicto depois de dois milênios: Herodes (rei que tentou matar Jesus quando menino) estava certo: só havia lugar apenas para um Rei.

Mensagem baseada no livro de Max Lucado - "Ele Escolheu Você"

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

SOBRE O VAZIO

Nossa, achei que tinha abandonado este blog e, enfim, me aposentado.... Mas o negócio com o INSS tá complicado....então, resolvi trabalhar mais um pouquinho.... Vamos lá escritora amadora, amadora escritora....ou será amada escritora? Ah, gostei do último!!!
Às vezes o cansaço leva à completa falta de inspiração. A cronista se senta na cadeira em frente à tela vazia, versão moderna da página em branco, e fica horas olhando pra frente buscando um bendito assunto. Que insiste em não vir.A impressão que se tem é que tudo a sua volta está rindo da situação. É humilhante. Onde foram se meter todos aqueles assuntos que estavam na fila, na cabeça, só esperando para virar palavras conectadas em formas de frases que façam sentido?
O pior é saber que os visitantes não têm tempo a perder lendo bobagens e muito menos vontade de saber das dificuldades da infeliz escritora. Os leitores querem graça, ritmo, novidade. Querem ser agradados e essa, afinal, é a sua função no negócio.
O tempo passa, minutos rapidamente se transformam em horas, a noite clareia num novo dia. E a página lá, vazia, rindo. Ela sabe que venceu.
A frustração gera raiva, um sentimento de incompetência. Tudo parecia tão fácil antes...
Escrever sobre isso seria inútil. Muitos já o fizeram de forma definitiva. Querer explicar a dor impotência é, literalmente, chover no molhado, ser repetitivo...... clichê.
O jeito é aceitar que não tem jeito.
Mas a cronista é valente. Ela não pode se entregar. Assumir a derrota a desmereceria de forma irreversível, a transformaria numa reles fracassada. Então ela tecla a primeira palavra e ora para que venham as demais.
++++
Eu sei. Tá tudo esquisito por aqui hoje. Fazer o que? Mas eu peço... Não desistam de mim! Não ainda.

sábado, 26 de julho de 2008

ESPELHO


Espelho, espelho na parede.... será que eu entendi?
Porque... espelho, você sempre me mostra quem eu sou
Eu descobri que não é fácil ser perfeita
Então me desculpe, se você não me define
Desculpe, você não me domina

Quem é você para me dizer
Que eu sou menos do que eu deveria ser?
Quem é você?
Eu não preciso ouvir
A lista das coisas que eu devo fazer
Eu não vou tentar, não... eu não vou tentar

Espelho, eu estou vendo um novo reflexo
Estou olhando dentro dos olhos
Daquele que me criou
E para Ele eu tenho beleza sem comparação
Ele é quem me define

Não espelho....
Você não me define...
Não me define...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

PORTUGUÊS COM HUMOR

DICIONÁRIO BRASILEIRO DE PRAZOS
Para evitar que estrangeiros fiquem pegando injustamente no nosso pé, está sendo compilado o Dicionário Brasileiro de prazos (que já deveria estar pronto, mas atrasou...), do qual foram extraídos os trechos a seguir:


DEPENDE: Envolve a conjunção de várias incógnitas, todas desfavoráveis. Em situações anormais, pode até significar “sim”, embora até hoje tal fenômeno só tenha sido registrado em testes teóricos de laboratório. O mais comum é que signifique diversos pretextos para dizer “não”.


JÁ JÁ: Aos incautos, pode dar a impressão de ser duas vezes mais rápido do que “já”. Ledo engano – é muito mais lento. “Faço já” significa: “Passou a ser minha primeira prioridade”, enquanto, “Faço já já” quer dizer apenas “Assim que eu terminar de ler meu jornal, prometo que vou pensar a respeito”.


LOGO: “Logo” é bem mais tempo do que “dentro em breve” e muito mais do que “daqui a pouco”. É tão indeterminado que pode até levar séculos. “Logo chegaremos a outras galáxias”, por exemplo. É preciso também tomar cuidado com a frase “Mas logo eu?” que quer dizer “Tô fora”.


MÊS QUE VEM: Parece coisa de primeiro grau, mas ainda tem estrangeiro que não entendeu. Existem só três tipos de meses: aquele em que estamos agora, os que já passaram e os que ainda estão por vir. Portanto, todos os meses, do próximo até o Apocalipse, são meses que vêm!


NO MÁXIMO: Essa é fácil - quer dizer no mínimo. Exemplo: “Entrego em meia hora, no máximo”. Significa que a única certeza é de que a coisa não será entregue antes de meia hora.


PODE DEIXAR: Traduz-se como “nunca”.


POR VOLTA: Similar a “no máximo”. É uma medida de tempo dilatada, em que o limite inferior é claro, mas o superior é totalmente indefinido. “Por volta das 5h” quer dizer “A partir das 5 h”.


SEM FALTA: É uma expressão que só se usa depois do terceiro atraso. Porque depois do primeiro, deve-se dizer “Fique tranqüilo que amanhã eu entrego”. E depois do segundo, “Relaxa, amanhã estará em sua mesa”. Só aí é que vem o “Amanhã, sem falta”.


UM MINUTINHO: É um período de tempo incerto e não sabido, que nada tem a ver com um intervalo de 60 segundos e raramente dura menos que cinco minutos.


VEJA BEM: É o day after do depende. Significa “Viu como pressionar não adianta?”. É utilizado da seguinte maneira: "Mas você não prometeu os cálculos para hoje?" Resposta: "Veja bem..."


XIIII...: Se dito neste tom, após a frase: Não vou mais tolerar atrasos, OK? Exprime dó e piedade por tamanha ignorância sobre nossa cultura.


ZÁS-TRÁS: Palavra em moda até uns 30 anos atrás e que significava ligeireza no cumprimento de uma tarefa, com total eficiência e sem nenhuma desculpa. Por isso mesmo, caiu em desuso e foi abolida do dicionário.


(Reproduzido do site “Nossa Língua Nossa Pátria” de Eduardo F. Paes)

terça-feira, 8 de julho de 2008

DESRAZÃO DE UM SEGUNDO


Nossa, às vezes dormir é muito difícil.
Dormir é desligar, mas desligar significa não ter controle sobre a mente.
De repente o que me angustia e que prendo durante todo o dia pode se soltar durante meu sono... crescer.... e me engolir.
Medo da aniquilação.
Mas antes do medo eu tenho medo.
Tenho medo de ter medo.
O medo me paralisa.
Não consigo fazer o que quero.
Quero respirar.
Medo da aniquilação.
Ele prende meu pescoço.
Não consigo respirar.
Eu grito.......
Eu sou alguém! Eu sou alguééééééém!

{- Quem tá te ouvindo?
- Não sei. Não tô vendo. Eu cobri meu rosto.
- Então tira a mão do rosto.
- Não!
- Por quê?
- Tenho medo.
- Medo de quê?
- De ver.
- Se não tirar a mão do rosto, não poderá ver. Sabe, eu acho que vc é desligada! Parece que dorme o dia todo!
- Como posso estar dormindo???? Não posso dormir! Posso ser engolida enquanto durmo.
- Mas parece que está dormindo!!!
- Hummmm..... Se “parece” que estou dormindo e nem fui engolida.... então de que me serve o medo????}

Sem lugar, sem encaixe, sem definição, sem explicação, sem afagos.......
Tamanha inadequação!!!!
Parece que estou trancada por dentro, e jogaram a chave fora.
Definitivamente não existe passado.
Foi agora!
O passado é sempre presente quando o trazemos conosco.
Pulsão de morte. Repetição, repetição, repetição.
Re-petição – ato de repetir a petição.
- Minha petição?
- Me ouça!!!!!!!! Eu sou alguééééééém!